O Municipio de Caicó

Fontes:-Projeto "História do seu Município" - Caicó, da Fundação José Augusto
-"Caicó - Subsídios para a história completa do Município" (1945, Escola Sales, Recife-PE), Pe. Eymard L'E. Monteiro
Editada em 20/03/97 por Luis Gonzaga de Medeiros
Atualizada em 23/03/99.

O Povoamento do Seridó

Todo o povoamento do sertão nordestino, feito pelo colonizador português, está ligado diretamente à formação e à expansão dos ciclos do gado e do algodão.

A demanda do açucar no mercado internacional, durante os séculos XVI e XVII, determinou a expansão da cul tura canavieira na Zona da Mata e, parcialmente, no agreste nordestino.

Os numerosos conflitos entre plantadores de cana e criadores de gado, nas áreas ocupadas predominantemen te pelos canaviais forçaram o governo colonial a estabelecer uma divisão especial do trabalho: a Zona da Mata pa ra o plantio de cana-de-açucar e o Sertão ficou reservado à pecuária. Uma Carta Régia de 1701 proibiu a criação de gado a menos de 10 léguas da costa.

Desta maneira, as partes em conflito passaram à coexisténcia pacífica. E, por outro lado, a pecuária sertaneja se desenvolveu, pelo menos na sua fase inicial, como uma economia de subsistência e complementar à economia açucareira.

Foi, por conseguinte, o ciclo do gado que impulsionou o povoamento do sertão nordestino e, dentro dele, a re gião do Seridó, mediante a instalação de currais de gado.

À medida que os portugueses avançavam do litoral de Pernambuco e da Paraíba em direção ao interior, toman do as terras dos índios e nelas construindo currais de gado, estes iam recuando para o sertão e apresentando resis tências.

A batalha decisiva entre indígenas e colonizadores, chamada pelos historiadores "A Guerra dos Bárbaros (1687- 1697)", foi travada principalmente no vale do Açu e Apodi. Entretanto, ela extendeu-se também ao Seridó, onde, em Acãu (hoje Acari), os ìndios cariris e caicós lutaram bravamente contra os colonizadores.

Somente após a vitória dos portugueses (1697) é que foi possível o povoamento definitivo do Seridó e demais micro-regiões do sertão potiguar. Após paciente e monumental pesquisa, Olavo de Medeiros Filho concluiu que, "além de pessoas anteriormente radicadas nas capitanias do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, afluíram ao Seridó elementos advindos do reino, os quais se tornaram os fundadores de estirpes, que viriam a se constituir na elite local, econômica e política da região". Conforme ainda o referido autor, os portugueses que vieram de Por tugal para o Seridó eram naturais dos Açores, do Minho, do Douro, da Estrema Dura e do Trás-os-Montes.

A reduzida miscigenação entre os colonizadores e os indígenas, permitiu que o seridoense descendente de famí lias tradicionais conservasse um biótipo ainda hoje bem diferente daquele dos habitantes de outras micro-regiões do Rio Grande do Norte. Daí porque o seridoense é um tipo alto, às vezes alourado, branco e de olhos azuis, que muito contrasta com o biotipo do norte-riograndense do litoral.

Conforme ainda o genealogista Olavo de Medeiros Filho, a região do Seridó foi povoada pelas seguintes famílias: Ferreira das Neves, Araújo Pereira, Rodrigues da Cruz, Pereira Monteiro, Garcia de Sá, Alves dos Santos, Azevedo Maia, Lopes Galvão, Rocha Gama, Fernandes Pimenta e Carneiro de Freitas.

De cada um destes troncos surgiram várias outras famílias, que se perpetuaram no espaço e no tempo da reali dade seridoense.

Considerando que era costume bastante arraigado na sociedade brasileira do período colonial, o casamento entre parentes, infere-se deste fato que a região do Seridó apresenta, ainda hoje, um elevadíssimo grau de endo gamia.

  • Lendas sobre a origem da Cidade
  • Monumentos e Pontos Pitorescos
  • O fundador da cidade
  • O padre Guerra e outros Mestres
  • Firmino e Francisca
  • Lendas sobre a origem da Cidade

    É muito difícil saber-se, com certeza, a origem da cidade de Caicó, por causa do emaranhado de lendas em que está envolvida a sua história. Há vários trabalhos a este respeito e cada um descreve, de modo diferente, o início da habitação desta região do Seridó. Essas lendas ou relatos, já bem conhecidos de nossos historiágrafos, têm sua fonte na memória popular dos mais antigos moradores da Cidade, parecendo tratar-se, no entanto, de versões diferentes de uma mesma história. Seguem-se abaixo os relatos conhecidos sobre a origem de Caicó:

    Primeiro relato:
    No lugar onde hoje é a cidade de Caicó, o que havia era só mofumbo... Mas, certa vez, durante a seca, apareceu por lá um fazendeiro de Jardim de Piranhas, procurando um touro que há dias havia desaparecido do curral. Encontrou-o nesta mata de mofumbos, mas o animal, parecendo um demônio, marchou furioso para derrubar cavalo e cavaleiro. Este correu apavorado, fugindo da perseguição do touro, lembrando-se, porém, na aflição, de fazer promessa de uma capela à Senhora Sant'Ana, no lugar onde o touro o abandonasse. Foi então que, olhando para trás, viu que o animal desaparecera, seguindo outro caminho. O fazendeiro voltou ao sítio de Jardim de Piranhas e, expondo o ocorrido a seus trabalhadores, estes se prontificaram a construir a Capela, exatamente no local onde está, hoje, a Catedral de Santana de Caicó. Construída a Capela, foi fácil, mais tarde, aparecerem as habitações que deram início à atual cidade.

    Segundo relato:
    Este foi contado de modo diferente. Segundo o relato, este tal fazendeiro vinha de Acari e não de Jardim de Piranhas. Perdido no intrincado mofumbal existente às margens do Rio Seridó, e sem acertar o a saída, o fazendeiro ajoelhou-se e fez a promessa a Sant'Ana de construir uma capela naquele lugar, caso conseguisse encontrar o caminho de volta. Então assinalou com uma cruz o local da promessa. Montou o cavalo e este, de rédeas soltas, descobriu uma vereda, reconduzindo-os até o caminho de volta para o Acari. Dias depois, retornando ao local, o fazendeiro rico mandou construir a capelinha.

    Terceiro relato:
    Estas versões, e mais outra narração, uma espécie de síntese das duas, nos permitem compreender ter sido um boi o causador da fundação da cidade. Entretanto, no livro "Denominação dos Municípios", de MANUEL DANTAS, encontra-se outro relato para a origem da cidade, sendo impossível obter informações em virtude de ter sido esquecido pela memória popular. Segue-se o relato:"Quando o sertão era virgem, a tribo dos "Caicós", célebre por sua ferocidade e que se julgava invencível porque Tupã vivia ali, encarnado num touro bravio que habitava um intrincado mofumbal, existente no local onde hoje está situada a cidade. A tribo foi destroçada, mas o misterioso mofumbal, morada de um deus selvagem, permaneceu intacto.
    Certo dia, um vaqueiro inexperiente penetrou no mofumbal, vendo-se, de repente, atacado pelo touro sagrado. O vaqueiro, no entanto, lembrou-se de fazer voto a N. S. Sant'Ana de construir uma Capela ali, se a Santa o livrasse a tempo do perigo. Milagrosamente o touro desapareceu e o vaqueiro, tão logo possível, desmatou a área e iniciou a construção da capela."

    A tradição oral há muito esqueceu da tribo, no entanto têm-se como certo o fato de que a região foi habitada pelos ìndios Caicós, que deram o nome ao lugar.

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  • Monumentos e Pontos Pitorescos

    Patrimônios Históricos:

    - A Cidade de Caicó conta com os seguintes monumentos e patrimônios histôricos:
    - Arco da Praça da Liberdade, marco da fundação da cidade;
    - Castelo de Engady;
    - A Ponte sobre o rio Seridó
    - As Praças:
    • da Liberdade
    • da Matriz: Mons. Walfredo Gurgel
    • do Rosário: Eduardo Gurgel de Araújo
    • Dr. José Augusto
    - Museu do Seridó
    - Igreja do Rosário
    - Igreja Matriz de Sant'Ana;
    - O arco do Triunfo; e
    - O Mosteiro das Clarissas.

    A Gruta da Caridade - Considerada como atração turística do município, além de patrimônio ecológico, a Gruta da Caridade, localizada na Serra da Formiga, que toma também a denominação de Serra da Caridade, está a 50 km de Caicó.
    Atravessando toda a Serra, esta gruta é formada por várias câmaras ou salas, dividas por paredões, estalactites ou estalagmites. contém fontes cujas águas são represadas no seu próprio interior.
    Conforme depoimentos prestados por pessoas daquele município, pesquisadores nacionais e estrangeiros que lá estiveram para estudar a gruta, contatando aí, a existência de inscrições rupestres, consideradas por alguns como pré-históricas. Para determinados estudiosos, as inscrições lá existentes são simples marcas da própria natureza.
    Certos indivíduos que conhecem este local, consideram-no misterioso pela presença das inscrições e da água de suas fontes que, segundo a crença de algumas pessoas, já têm curado enfermidades. É a presença do misticismo popular do desconhecido.

    A Banda de Música - A primeira banda de música de Caicó foi organizada pelo maestro Tertuliano, por volta de 1876, com a denominação de "Bande de Música Caicoense".
    Em 1907, o Dr. José Augusto criou a "Recreio Caicoense", tendo sido seu maestro, o prof. Manuel Fernandes. Foi desativada, reaparecendo em maio de 1955.
    Sua primeira retreta foi executada em frente á residência do Dr. Antônio Aladim, a 1º de janeiro de 1908.

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  • O padre Guerra e outros Mestres
  • Firmino e Francisca
  • O Fundador da Cidade

    Portanto, conforme se deduz desses relatos, Caicó começou pela construção de sua capela. Enquanto os anos se passavam, aumentavam as construções de casas ao redor, seja por que muitos queriam ver a capela do fazendeiro que fora salvo milagrosamente por Sant'Ana, ou porque o local era atraente em virtude da fecundidade das terras, banhadas pelas águas de dois rios. Depois que a capela foi transformada em Igreja e aumentou o número de habitantes, mais casas foram erguidas e em alinhamento, dando origem á Rua da Matriz, que antigamente se chamava Rua Marquês de Herval, a primeira rua de Caicó. Conforme informações do Sr. Adelino Pereira de Medeiros, prestadas ao Pe. Eymard L'E. Monteiro e que foram utilizadas como base para seu livro "Caicó - Subsídios para a história completa do Municúpio" (1945, Escola Sales, Recife-PE), o nome do fundador da cidade de Caicó foi Manuel de Sousa Forte, português e primo do também português Gama, e que era dono das terras onde hoje está edificada a cidade. Em 1725, o Sr. Manuel de Sousa Forte mandou edificar uma capelinha e nela colocou um pequeno vulto de Sant'Ana. Segue-se abaixo o relato do Sr. Adelino: "Manuel de Sousa Forte residia às margens do rio Seridó, possuindo uma grande fazenda de escravos e muitos bens. Nos anos de seca, a água se tornava muito difícil e o gado tinha que ir beber num lugar chamado "Pelo Sinal", distante cerca de duas léguas. Religioso, Forte fez então um "voto" a Sant'Ana, prometendo erigir-lhe uma Capela, caso encontrasse água com facilidade no leito arenoso e seco do rio. Depois, notando certa umidade em volta de uma pedra, exatamente onde hoje é o poço de Sant'Ana, cavou e apareceu água. Então, o fazendeiro Manuel de Souza Forte cumpriu a promessa e construiu a Capela." Conforme esse relato do Sr. Adelino, não houve touro bravio nem misterioso, nem vaqueiro, inclusive sendo engano uma das opiniões correntes que atribuem a fundação da cidade ao português Gama.

  • Monumentos e Pontos Pitorescos
  • O padre Guerra e outros Mestres
  • Firmino e Francisca
  • O padre Guerra e outros Mestres

    O processo educativo sempre foi marcante na formação dos caicoenses. O homem continuamente buscava conhecimentos tentando de alguma formar, aperfeiçoar seu "modus vivendi".

    Embora estivesse longe dos grandes centros culturais do País, Caicó, sentiu, desde cedo, a necessidade de comunicar-se com outras comunidades, despertando para a importôncia da educação no progresso socio-econômico de um povo.

    Baseado na lei imperial de 15 de outubro de 1827, o Conselho de Província criou 18 escolas de primeiras letras no Estado. O critério de distribuição foi avaliado de acordo com os centros mais populosos. Seis anos depois, criou-se na antiga Vila do Príncipe a primeira escola oficial, em 14 de setembro de 1833. Portanto, desde muito cedo, a educação marcou presença nos longínquos vilarejos do Seridó.

    Mestres-escolas exerciam sua sublime missão, contratadas pelos fazendeiros, dirigindo escolas móveis, e particulares, não esmorecendo perante nenhum obstáculo.

    Enquanto o Império enfrentava mínimos problemas com a educação, em Caicó havia uma escola de latim. Foi assim que muitos de seus filhos conseguiram lugar de destaque nas letras e nas artes, tanto no Estado como em todo o País, entre eles: Amaro Cavalcanti, José Bernardo de Medeiros e José; Augusto Bezerra de Medeiros.

    Entre os grandes nomes que fizeram os primórdios da Educação no Seridó, estão os mestres Francisco Brito Guerra, Joaquim Apolinar e Pedro Gurgel.

    O primeiro parlamentar do Rio Grande do Norte a ocupar uma cadeira no Senado, Padre Francisco de Brito Guerra, nasceu a 18 de abril de 1777, na Fazenda Jatobá, em Augusto Severo. Veio muito jovem, 25 anos, para Caicó, onde se radicou e naturalizou-se pelos laços do coração. Foi nomeado vigário encomendado da freguesia de Sant'Ana em 1802, ano em que celebrou sua primeira missa em Campo Grande, hoje Augusto Severo.

    Uma das suas primeiras preocupações ao chegar a Caicó, foi criar uma escola de latim, de monstrando dedicação irrestrita á causa da educação. Manteve esta escola por mais de 30 anos, afastando-se de suas atividades por motivos de saúde.

    Os benefícios desta escola de latim atingiram outros recantos do País. Vários alunos de Estados vizinhos, até lá chegaram para aprimorar seus conhecimentos, não só de latim, como também de outras disciplinas escolares.

    O Padre Guerra ministrava gratuitamente e ainda hospedava os alunos mais carentes que, vindos de Estados vizinhos necessitavam de acomodações. Entre seus educandos, destacaram-se Amaro Cavalcanti e seu irmão Padre João Maria, venerado pelos norte-riograndenses; Dr. João Valentim Dantas Pinagé (1º. juiz de Caicó), Luiz Gonzaga de Brito Guerra, os Padres Tomaz de Araújo, Joaquim Félix de Medeiros, Crispiniano Galvão, Justino, José Modesto, Gil Braz Fernandes e Manoel Fernandes.

    Sobressaíram-se também seus sobrinhos Joaquim Apolinar, grande Professor e seu sucessor, e Manoel Alexandre.

    Teve participação ativa no desenvolvimento político do Estado. Vinte e nove anos após sua chegada a Caicó, assumiu a suplência de Deputado. No período de 1834-1837 elegeu-se novamente deputado, não chagando a concluir seu mandato, pois, no último ano assumiu a senatoria depois da morte de Afonso de Albuquerque Maranhão.

    Cinco anos após a implantação da lei imperial de 1827, quando em nossa província foram criadas 18 escolas, surgiu em 14 de novembro de 1832 na antiga Vila do Príncipe, a primeira escola oficial.

    A direção coube a um jovem mestre, que com apenas 20 anos mereceu por seus méritos, a confiança de seu tio, o Senador Guerra. Era o Prof. Joaquim Apolinar Pereira de Brito, nascido a 22 de julho de 1816. toda sua vida foi dedicada ao magistério. Falelceu em 1880 com 64 anos.

    Outro mestre de relevante importância para a educação dos filhos do Seridó, foi Pedro Gurgel que, seguindo o exemplo de seus antecessores, consagrou toda sua existência à nobre causa da instrução.

    Diplomou-se em 04 de abril de 1898, no curso pedagógico, no Atheneu Norte-riograndense. Foi o primeiro diretor do Grupo Escolar Senador Guerra, fundado em 1909. Lecionou ainda na Escola Noturna da Matriz de Sant'Ana e durante muitos anos manteve um curso particular gratuito. Faleceu quatro dias após ter requerido sua primeira licença do magistério, atividades ininterruptas por 19 anos, em 1918.

    Mestres Oficiais:

    Apesar de todo empenho dos dirigentes, a causa da educação caminhava precariamente. Fatos como a não preparação técnica dos mestres, a dificuldade de locomoção dos professores mas também dos alunos e a condição social, muito contribuiram para a lentidão do processo educacional. Mesmo com a implantação do sistema disciplinar Joséph Laucaster e a metodologia do "Modo Mútuo", do pedagogo inglês, André Bell, os resultados não atingiram a meta esperada.

    Treze anos após a criação da lei das escolas rudimentares, informa Basílio Quaresma Torreão, em 2 de fevereiro de 1835, que existiu em nossa província, 22 aulas para meninos e 3 para meninas, uma delas localizava-se na Vila do Príncipe. Registra-se o nome do Mestre Matheus Antônio Vianna.

    No período de 1858 a 1867 consigna-se os professores Raphael Archamjo, Maria da Fonseca e D. Francisca.

    Maria da Assumpção Fonseca.

    De 1874 a 1875, os educadores oficiais foram Francisco Lustosa Cabral e D. Isabel Vieira.

    Na Vila do Príncipe, de 1882 a 1883, existiam apenas duas escolas, sendo uma para cada sexo. Nesta época, além de Leônidas Monteiro de Araújo e D. Maria Manoela de Castro, continua a nobre missão de educar o Prof. Francisco Lustosa Cabra;.

    Outro fato considerado como um dos responsáveis pelo esvaziamento dos bancos escolares, foi a grande seca do Nordeste em 1877.

    Após cinquenta anos de existência da Lei Imperial que criou escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e povoados, existiam em todo o Império apenas 94 escolas públicas. Estes foram os mestres do período monárquico: Joaquim Manoel da Silva, João Onofre Pinheiro, Leônidas Monteiro de Araújo, Tereza Maria de Jesus, D. Maria Leopoldina de Britto Guerra, D. Maria Cartola Melchiades de Oliveira Castro.

    Com a nova reforma geral do ensino, implantada pelo regulamento n.o 18 de 30 de setembro de 1892, pelo governador constitucional Dr. Pedro Velho, ficou assim constituído o primeiro magistério estadual do período republicano: Manoel Hypolito Dantas e D. Maria Leopoldina de Brito Guerra.

  • Monumentos e Pontos Pitorescos
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  • Firmino e Francisca
  • Os Negros do Rosário

    Essa irmandade socio-cultural religiosa, em Caicó, teve sua origem no século XVIII, mais precisamente em 27 de dezembro de 1771, com o nome de Irmandade dos Negros do Rosário, tendo suas raízes históricas, no continente africano. Tem como padroeira, Nossa Senhora do Rosário, celebrada nos dias 30 e 31 de outubro de cada ano.
    Os estatutos dessa irmandade foram criados em 1773. É um documento de grande valor antropológico.
    Para renderem culto à Virgem do Rosário, os negros escravos, com a permissão dos senhores de engenho, e solidários à idéia de liberdade, associaram ao místico-religioso, o aspecto político, embora inconscientemente. Portanto, os imigrantes negros fundaram essa confraria, também como uma forma de resistir contra a prepotência dos seus opressores brancos.
    Admite-se que esta forma de associação tenha surgido como consequência do regime de escravidão por que passava o homem de cor preta.
    No dia consagrado a sua padroeira, saem às ruas para lhe render homenagem, num ritual onde conduzem bandeiras e lanças, dançando sob o som rítmico dos pífanos e tambores.
    Sua coreografia reproduz, através dos gestos, toda uma mística do trabalho agrícola do qual são escravos, servindo de mão-de-obra para seus senhores.
    O ponto culminante da festa coincide com a coroação do rei e da rainha pelos escravos, gesto que reflete a relação de dependência destes em relação àqueles.
    Para alguns estudiosos, este ritual teria sido uma forma que os negros escravos, vindos da África, teriam encontrado para reviver os cultos à Iemanjá (rainha do mar) existentes naquele continente.
    No começo, a "Irmandade do Rosário de Caicó" era composta de 34 negros, orientados pelo padre José Inácio Xavier Correira, sendo sua primeira corte composta pelos seguintes elementos:
    Rei do Congo: - Sebastião
    Rainha do Congo: - Maria José Neves
    Juiz: - Afonso Ribeiro
    Juíza: - Luíza Mendes
    Escrivão: - Maria Tereza

    A indumentária do grupo: inicialmente usavam camisas brancas, calças azuis e alpargatas. Na atualidade, em vez de alpargatas, usam tênis. Usam espantões enfeitados com fitas de seda, cujas cores significam posições hierárquicas.
    A dança apresentada pelo grupo é composta de partes, entre elas se destacam a Saudação aos reis, a Nossa Senhora do Rosário e o combate entre negos e brancos (simulado).

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  • Os Topônimos do Municipio

    A atual cidade de Caicó chamava-se, primitivamente, "Povoado Seridó", conforme alvará de 1748 que lhe deu esta denominação, e permaneceu até 31 de julho de 1788, data em que o povoado foi elevado á categoria de vila.
    Por solicitação do Ouvidor Geral da Câmara da Paraíba, Desembargador Antônio Felipe de Andrade Brederodes, o Capitão General de Pernambuco, Dom Tomaz José de Melo, elevou o referido povoado à categoria de "Vila Nova do Príncipe", em 31 de julho de 1788. Este nome foi dado em homenagem a Dom João, rei de Portugal, conhecido na História do Brasil por Dom João VI.
    No dia 12 de novembro de 1868, os deputados provinciais, Bartolomeu Leopoldino Dantas e Dr. Jerônimo Cabral Raposo da Câmara, apresentaram um projeto criando a "Cidade do Príncipe". E aos 15 de dezembro de 1868 o governador da Província, Manuel José Marinho, assinou a Lei Provincial nº. 612, elevando a "Vila Nova do Príncipe" à categoria de cidade com o nome de "Cidade do Príncipe".
    Chamou-se "Cidade do Príncipe" até o dia 1º. de fevereiro de 1890, data em que, pelo Decreto nº. 12, esse nome foi mudado para "Seridó", topônimo que teve não mais que cinco meses e seis dias de existência legal.
    O atual nome da cidade - Caicó - surgiu através do Decreto 33, de 07 de julho de 1890.
    O primeiro documento a registrar o nome Caicó é o que faz referência à data de terra requerida pelo Capitão Inácio Gomes da Câmara, aos 07 de setembro de 1736, no Sítio Caicó, no Riacho do Seridó.
    No seu dicionário da lángua Tupi-Guarani, Lemos Barbosa diz que a palavra Caicó pertence à língua Cariri e que significa Mato Ralo. Na verdade, esta região era habitada pelos índios Caicós, da família dos Cariris.
    Sabe-se que os índios que habitavam o lugar, denominaram-no de "Macaco Esfolado" (Cai-icó) por causa dos serrotes cuja vegetação era desmatada.

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  • Situação Geografica

    O município de Caicó, que conta atualmente com 1.328 km2 de superfície, está situado na microrregião do Seridó e dista 269 km da capital do Estado.
    Limita-se, ao Norte, com Jucurutu; ao sul, com São João do Sabugi e Santa Luzia (PB); ao Leste, com Florânia, Cruzeta, São José do Seridó, Jardim do Seridó e Ouro Branco; ao Oeste, com São Fernando, Timbaúba dos Batistas e Serra Negra do Norte.
    Quanto a sua topografia, apesar de apresentar-se bastante acidentado, o relevo do município é constituído em sua maior parte, de planícies, apresentado uma altitude média de 151,59 metros acima do nível do mar. Banham o município os seguintes rios: Seridó, Sabugi e Barra Nova.
    O Rio Seridó nasce no Sapé da Serra dos Cariris, na Paraíba, penetrando o município no local denominado Seridozinho, nos limites com o município de Jardim do Seridó. Banha Caicó na direção sudeste-norte, desaguando no Rio Piranhas, na Fazenda Santa Clara, município de São Fernando.
    O Rio Sabugi nasce na Serra dos Teixeiras (PB) e entra em Caicó através do lugar denominado Vitória, após banhar o município de São João do Sabugi. Corta Caicó na direção sudeste-norte.
    O Rio Barra Nova nasce na Serra do Equador, em Parelhas, neste Estado. Também corta o município na direção sudeste-norte, acompanhando o curso do Rio Seridó, onde se lança. Seu sangradouro dá para o açude Itans, construído no seu leito.
    O município não dispõe de grandes lagoas. Dentre as existentes, destacam-se: a lagoa de João Soares, lagoa Funda e lagoa Rosa, as quais, além de pequenas, são temporárias.

    Localização cidade de Caicó e do Estado do Rio Grande do Norte no Mapa do Brasil



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  • Lendas sobre a origem da Cidade
  • Monumentos e Pontos Pitorescos
  • Informações turíticas na Internet
  • O fundador da cidade
  • O padre Guerra e outros Mestres
  • Os Negros do Rosário
  • Os Topônimos do Município
  • Caicó na Internet
  • Firmino e Francisca