Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, Fundadores do Patriarcado Ortodoxo de Antioquia, padroeiros de nossa Catedral Ortodoxa em São Paulo e dia da Ortodoxia no Município de São Paulo

Explicações formuladas por Sua Eminência Arcebispo Damaskinos Mansour, Metropolita do Brasil

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A Igreja Ortodoxa Antioquina

O Cristianismo teve início no Oriente, com Jesus e os Apóstolos. Após a Ressurreição e Ascenção do Senhor, formou-se a primeira comunidade de discípulos em Jerusalém, com a presença dos Apóstolos.

Na terceira década da Era Cristã, os seguidores de Cristo começaram a ser perseguidos, com a morte do primeiro mártir cristão, o diácono Santo Estêvão, que foi apedrejado por pregar o Evangelho.

O livro dos Atos dos Apóstolos nos diz que "rompeu contra a Igreja de Jerusalém violenta perseguição. Todos, com esceção dos apóstolos, se dispersaram". Muitos chegaram à cidade de Antioquia da Síria lá anunciaram a Boa Nova da Salvação em Jesus Cristo e foi grande o número dos que creram em Jesus.

Esta nova comunidade cristã teve a assistência de São Barnabé e, de maneira especial, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, considerados, por isso, os fundadores do Trono Patriarcal de Antioquia, que se tornou a principal e mais forte comunidade cristã da época, primeiro centro de difusão do Evangelho para o mundo de então. Lá os discípulos de Jesus foram pela primeira vez chamados cristãos (At 11,26).

Com o passar do tempo e a organização hierárquica da Igreja Cristã, surgiu a Pentarquia, ou seja, as cinco principais sedes episcopais no mundo e que teriam a primazia dentre as demais: Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. Ao Bispo de Roma deu-se o título de "Primus inter Pares" primeiro entre os iguais, por estar na então capital do Império. No entanto, a Igreja sempre foi governada pelos Concílios Ecumênicos.

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O Cisma (separação)

Por uma série de mal entendidos na área da liturgia e doutrinal, com agravamento de crises políticas, Oriente e Ocidente cristãos foram aos poucos se distanciando, até que, em 1054, houve a triste ruptura que passou à história como o "Grande Cisma", que pôs fim à Pentarquia.

Atualmente, cristãos orientais (ortodoxos) e ocidentais (católicos romanos) caminham como irmãos na fé comum, rezando juntos e se aplicando ao diálogo teológico, para que se concretize a oração de Jesus por seus discípulos: "Que todos sejam um" (Jo 14).

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A cidade de Antioquia e nossa Igreja

Antioquia, uma das cidades mais importantes do Antigo Oriente, foi capital da Síria no século I.

Foi fundada pelo rei Seleuco em 300 a.C., que lhe deu esse nome em homenagem a seu pai Antíoco.

No ano 34 d.C. teve início a Igreja de Antioquia, que se tornou depois a sede do Patriarcado enfrentando dificuldades ao longo dos tempos com sucessivas guerras e ocupações por outros povos até que no século XIII, devido a terremotos que destruíram totalmente a cidade, foi necessária a mudança do Patriarcado que, após algumas sedes temporárias, se instalou definitivamente em Damasco, atual capital da Síria, em 1342.

Antioquia está atualmente em território turco e permanece como sede histórica de nossa Igreja.

Hoje, a jurisdição do Patriarcado Ortodoxo Antioquino abrange países do Oriente como Síria, Líbano, Iraque, Kuwait, Irã e parte da Turquia, tendo se estendido aos ortodoxos de língua árabe na Europa, Américas e Oceania.

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Dia da Ortodoxia

Esta comemoração anual é uma grandiosa festa dedicada aos Apóstolos Pedro e Paulo. Uma festa de vital importância dentro da ortodoxia que no município de São Paulo tem também o seu dia incluso no calendário de eventos o chamado "O Dia da Ortodoxia".

Nesta oportunidade seria indispensável salientar a grande importância que a Ortodoxia tem no Brasil e, mais especialmente, em São Paulo, no âmbito das comunidades religiosas.

A Fé Ortodoxa é por demais abrangente não limitando-se somente a línguas ou nações, por isto os fiéis seguidores da Ortodoxia de todas as nações e de todas as línguas estão unidos na verdadeira Fé Ortodoxa, sendo esta Igreja Una para todos, mesmo que no campo administrativo seja diversificada.

Hoje a Ortodoxia no Brasil reúne cerca de um milhão de seguidores de origem árabe procedentes do Oriente Médio.

É com muita alegria que convidamos a todos os fiéis Ortodoxos, sejam eles Árabes, Eslavos, Russos, Ucranianos, Gregos, Sirians, Armênios e também Brasileiros para, juntos, celebrarmos esta grande data todos os anos, como ummarco festivo para a nossa Santa Fé Ortodoxa.

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2.000 anos do nascimento de Jesus Cristo

Como este ano todos os cristãos celebram os 2000 anos do nascimento de Jesus Cristo, nosso Patriarcado, bem como todos os outros Patriarcados estarão realizando muitas festividades. Dentre elas gostarímos de ressaltar a visita do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e do Patriarca de Antioquia Ignátius IV para uma celebração com a presença de inúmeros Arcebispos, Bispos e fiéis na Igreja de São Pedro e São Paulo na cidade de Antioquia, sede histórica de nosso Patriarcado, na última semana de junho deste ano.

Uma festa comum de união entre todas as Igrejas Ortodoxas. Neste intuito conclamamos a todos que estejam unidos nesta única e mesma oração a fim de glorificarmos o nosso Rei e Salvador Jesus Cristo desejando assim felicidade e união a toda a comunidade Ortodoxa.

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Os Santos Apóstolos Pedro e Paulo

Estes Santos são considerados "os cabeças dos Apóstolos", por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.

Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu o Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que deu o nome de Pedro. Em princípio fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após sua Ressurreição (da qual o Apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no dia de Pentecostes e selou seu apostololado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor.

Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Paulo, que tinha como nome antes da conversão Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada "aos pés de Gamaliel", um dos grandes Mestres da Lei da época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar muitos cristãos, sendo responsável por sua morte.

Converteu-se à Fé Cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressurrecto lhe apareceu e o chamou para o apostololado. Recebeu o Batismo e preparou-se para o Ministério, sendo grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação.

Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o "Apóstolo dos gentios".

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